quinta-feira, 12 de março de 2009

A propósito do Carnaval

O carnaval vai mudando e serve para esquecer... 
Oficialmente há varias épocas no ano, com propósitos caracteristicos: 
Natal para saudar os amigos e comer as rabanadas, 
Carnaval para a folia, a Pascoa para o Folar, mas passa a época e volta a rotina. 
Curiosamente em relação ao Carnaval, isso não acontece nos últimos anos e temos vivido um carnaval contínuo. 
São as máscaras verdadeiras de fantasia que aderiram profundamente à pele e alma de cada um de nos. É um festejo contínuo de samba de palavras, na centralização do umbigo e no empalar dos olhos. 
Todo o mundo vê os fantoches nus, mas estamos no Carnaval, as marchas e a música inebria os ouvidos e viva a alegria enquanto dura. 
O lixo acumula-se nas ruas e nas gentes e o fedor transforma-se em aroma normal. 
Só a Terra continua no seu ciclo tradicional, o que perturba as novas adaptações, 
porque o inverno com frio e chuva é uma massada que obriga a maior contração e depressão, 
mas com a Primavera e o Sol quentinho, volta o regabofe. 
Os restaurantes cheios o parque automóvel a brilhar e circular. 
Gasolina cara? Não há dinheiro e há crise? Onde? 
Só no 3º mundo, mas isso é muito longe e só se vê na TV e de vez em quando. 
Dizem que depois do carnaval e dos três dias longos o corpo dói e apetece dormir. 
Que bom, a dormir a gente não sente e a folia continua. 
Assim vou vestir a minha fantasia que no meu sonho será a minha Realidade. 
Um mundo com carnaval de tempo limitado, pessoas solidárias, tolerância, compreensão, honestidade, respeito entre os homens e onde a palavra dita tem honra. 
Sem tempo e no meu cavalo branco, terei todo o tempo do mundo para a encontrar. 
Como cavaleiro andante, estarei só. 
Será que encontrarei um Sancho Pansa bondoso que me acompanhe?
Em fantasia tudo é possível. 
E uma formiguinha não desiste e anuncia um formigueiro. 
Palavras leva-as o vento, mas como folhas leves voam...voam, caem em qualquer lugar, 
fazem sombra num bocadinho de relva verde e vêm-se. 
Estas caíram no vosso relvado...sorriram? 
Já valeu a pena. Com elas vão o meu sorriso e o meu abraço. 
Gozem o carnaval, mas soltem folhas de vontade de mudanças e principalmente de não aceitarem fantoches nus. Uma a uma cobriremos o relvado, e quem sabe, 
se consiga um grande manto para mudar a paisagem e renovar Portugal. 
Mas o Carnaval está para durar. 
Até breve. MG

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