domingo, 31 de janeiro de 2010

Fim de semana em Xanxenxo

Uns dias diferentes



Como já vem sendo hábito, nos momentos de depressão, o cansaço doi demasiado e a vontade de fuga impoê-se... e quando posso, procuro outros lugares e voo para novos horizontes.
A atenção desperta e é ocupada por imagens ou acasos, que preenchem a mente e fazem reequilibrar as energias e trazem paz.
Foi o que aconteceu nesse fim de semana.
Como tenho o vicio de escrever, vou tomando notas, que depois servem mais tarde para reviver e voltar a sorrir.
Eis o que transcreve o tempo que passou .
" Par onde ir é sempre a pergunta chave.
Desta vez, a escolha foi ver o mar em xanxenxo.
Aproveitei para passar dois dias em Ponte da Barca, que me soube bem, bem dormida, quentinha e de casa bem cheirosa, criando vontade de partir.
Iniciei viagem às 11h da manhã do dia 8 de Abril de 2007(2ª feira).
Em direccção a Ponte da pedra, segui por Porrinho, por indicação de uma amiga, mas ojáos meus enganos na estrada chegariam para atrasos. O percurso foi mais demorado e outra vez que decida este destino terei de escolher a via directa pela 119 com saida em direcção à praia e hotel.
O hotel Xanxenxo fica localizado sobre a baía, mas com má orientaçãosolar.
O meu quarto no 4º piso, permitiu ver toda a baía e a marginal com o casario em cascata da cidade.
Depois de arrumar a bagagem, desci e fui conhecer o interior do hotel, sala de estar, zona do SPA e sala de estar.
O hotel foi remodelado há pouco tempo, mas todo o interior é demasiado pequeno e complicado o percurso de saida, preferia ter repetidono o anterior, com salões amplos, embora mais antigo.
De seguida fiz o meu 1º passeio pedonal pela marginal, deitei-me na areia aproveitando o sol enquanto o vento e chuva não chegaram, na volta do regresso, dei uma espreitadela no Hotel D. Carlos I confirmando a preferencia.
O meu cantinho de leitura "olhou" para mim, mas desta vez ficou só.
Para compensar fui aproveitar a agitação das aguas oceânicas do SPA, e diminuir as dores ciatica e costas que me têm atormentado.
Melhorou e foi agradável.
De volta ao quarto, constato que não tenho àgua quente no chuveiro e cheia de frio, volto ao SPA para o banho e aquecer.
O 2ºdia de estadia começa com chuva e depois do pequeno almoço fico-me pelo quarto, lendo e olhando o mar.
O sol a mêdo começa a despontar e aproveito para descer à piscina e aquecer.
Xanxenxo está deserto e o hotel também, compensação para um descanso absoluto.
Como a zona da piscina é só para mim, vou mudando de sitio perseguindo o sol e dando a volta ao relvado!
Comprei numa paragem do caminho um calhamaço que me pareceu interessante"Vaticano 2035", e não me desiludiu.
Enquanto o sol se mantém, vou ficando neste canto isolado do mundo e de gente, lendo, girando a cadeira e ouvindo o marear nas rochas e vendo a subida do mar.
Pelas quatro da tarde, sem sol e o vento a chegar, volto às àguas quentes e movimentadas das piscina com jactos fortes, numa luta que normalmente perco, mas divertido.
Depois subo ao quarto e preparo-me para sair.
O passeio de hoje foi até ao cais da marina, no lado oposto ao hotel.
Zona interessante, com restaurantes, bares e lojinhas diferentes da marginal.
Agora a maior parte estão encerrados e sem gente a passear.
Vejo um fato, que era a minha cara e medida, mas o preço não e desisto.
Admiro os barcos, recordei o tempo de navegação, e gastei a tarde.
De volta ao hotel, vou apreciando algumas pessoas que passeiam e outras sentadas nos bancos de pedra da marginal, gozando os últimos raios de sol do fim da tarde e olhando as nuvens prateadas sobre o mar.
Há um ambiente de serenidade que me faz bem.
Ao longe tudo parado na névoa do pôr do sol, quase não há transito de carros e de gente nas ruas, barulho só o meu ouvido faz companhia.
São 20h e 30 chego ao hotel e subo à varanda para apreciar os últimos matizes de luz e o acender das luzes da cidade que recortam a baia.
O restaurante tem uma parede de vidro que permite apreciar a cidade e de noite é uma paisagem admirável.
Apenas outra mesa ocupada por uma familia com 3 filhos me fazem companhia e os empregados cirandam à minha volta evitando o isolamento.
4 feira, despertei cedo 7e 30, no meu horário e assisti ao nascer do sol.
É sempre um momento inesquecivel, porque nunca é igual e foi lindo nos tons de laranja com a luz forte do sol por trás. Lindo
Pouco tempo depois tudo mudou, apareceu o sol prateado, sem a transição das cores esperadas.
A seguir o céu cobriu de cinzento ameaçando chuva!
Aproveitei o tempo numa massagem osteocraniana que me ajudou bastante.
Depois do almoço apareceu o sol e voltei à piscina para tostar e ler, mas o oasis durou pouco tempo e voltei para o quarto.
O quarto é pequeno, começo a ficar inquieta e resolvo sair. O empregado previdente não me deixa sair se guarda chuva.
Pensei que só me iria pesar, mas 100 metros de caminho depois, agradeci a insistencia, porque choveu! Parei num café para tomar um capuccino e ver cair a chuva no mar.
O ar está cinzento a chuva grossa, mas não está muito frio.
Está tudo com ar de lavado e sem gente nas ruas.
Não entendo o horário comercial, umas lojas estão fechadas outras abertas, umas têm anuncio de abrir às 2,30 outras às 5h. Deambolei pela marginal e ruas adjacentes.
Tentei jantar fora do hotel, as desisti.
Com frio e sózinha não tem piada nenhuma. As pessoas ficam olhando com ar pasmado e os empregados a primeira pergunta que fazem é se estamos sós!!!
Ouvi a entrevista do S, recordou-me uma cassete conhecida.
Falar, falar sem parar não dá hipótese de dialogar. Sempre o mesmo.
Choveu forte toda a noite, mas dormi abraçada à almofada e não ouvi na maior parte do tempo!
Recebi uma chamada da J anunciando o nascimento do seu 1º pimpolho. Fiquei feliz.
Levantei cedo, desci e aproveirei ver o mar da borda da piscina no jardim.
O mar está sereno e junto ao paredão do hotel a água transparente, quase não mexe.
De repente ouço um marejar junto dumas rochas, ondeando o mar e é extraordinário como dou conta do nivel da água subir!
Pequenas ondas circulares a partir duma zona central como se uma bolha invisivel fizesse mexer a água. meia hora depois novo socego, água calma, as rochas cobertas, cerca de 30cm na subida de nivel, não se ouve o mar bater e tudo serenou.
A Natureza surpreende quando se quer ver o que ela nos dá.
São 10h da manhã, o sol voltou, o dia promete ser quente de sol aberto e eu vou embora!
Fiz a minha despedida das águas borbolhantes e segui viagem de regresso ao Porto.
Cheguei ao anoitecer e tudo estava como deixei...e repensei que gosto de mudar de ambiente, mas a chegada a casa me dá imensa satisfação e sensação de segurança.
A cabeça vem mais leve, libertei-me durante algum tempo da rotina, mas dentro de alguna dias tudo volta ao habitual e a tristeza em alguma altura ocupará o seu lugar de honra no pedestal.

Valeu a pena, vale sempre a pena tentar! "


Hoje revivi a paisagem e sensações e tornei a voar.


Ocupando o tempo e deixando um testemunho, espero alegrar alguem que por aqui passe e lhe ajude o tempo a passar.


Um abraço da formiguinha
MG

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