domingo, 5 de outubro de 2014

Outros tempos.



      Pertenço a tempo, gente e outros lugares
      Em que cada um era conhecido
      Pelo nome próprio ou alcunha familiar,
      Em que os velhos falavam, com crianças
      Como gente  e não blá blá de atrasados mentais.
      Ajudavam a crescer, sovando, ou exigindo,
      Tudo que tinham ensinado,
      Não com abraços de ocasião
      Mas em tempo de compreensão.
      Ser diferente, não chocava toda a gente
      Mas era aceite, como sua obrigação.
      Fui diferente num mundo que conhecia,
      Da escola à maturação,
      Maturidade foi encontrar
      Confirmação de liberdade,
      Do lugar onde me criei
      E no novo ensino a contestação.
      Contestei, ri, cantei e dancei
      E aprendi que camaradagem
      É amizade eterna, que solidifica,
      Romance, vida e o abraço
     dado e recebido por toda a vida.
     Por isso, hoje adoro abraçar
     Ver  amigos, distantes, quando os encontro
     E remoçar lembranças
     De tudo que passou e recordar,
     Outros tempos, em que as horas eram longas
     As palavras tinham sentido
     Não faltava o que se não tinha,
     Mas o estar, rir, brincar e acamaradar
     Era o mundo cheio do que precisava,
     Me fez crescer e amar
     Algumas vezes chorar
     E ser o que hoje sou.
     Diferente, mas contente
     Porque existo, tenho amigos
     E a esperança de ser lembrada,
     Como a todos que guardo com afeição.
      MG


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