sábado, 21 de agosto de 2010

Transcrição

Coincidencias?



Quando estou triste, sem encontrar sentido nas horas que passam ou que rumo tomar, sento-me e transcrevo para o papel o meu estado de alma como sedativo para evitar o desespero.
Acontece nos últimos anos com frequencia...
Tento depois de desabafar, idenfificar a causa que me levou até a esse estado.
Claro que identifico um estado emotivo, uma saudade de um ente querido, a falta de comunica-ção que gostaria não existisse, algo que preferia fosse diferente e não dependendo de mim, me amachuca e perturba.
Os livros são um recurso para ocupar a mente, ajudam a passar o tempo e trazem muitas coin-cidencias a que não fico alheia.
Por coincidencia, hoje é um dos tais dias...
Levantei-me cheia de projectos que foram arrefecendo, fui-me perdendo no tempo, e dei por mim sentada no jardim, num dia cheio de sol, sózinha, triste e desabafando para um papel...
..................
Completei o desabafo, fiquei quieta na rememorização das causas, e abri um livro que chegou com o jornal e sorri...
Começava assim:".............Logo pela manhã, fora atormentado por um profundo e singular aborrecimento. Subitamente, afigurou-se-me que estava só, abandonado por todos, que toda a gente se afastava de mim. Seria lógico, na verdade, que perguntasse a mim mesmo: quem é, afinal "toda a gente"?.............
Bom, li um bom bocado, e fui desprendendo a sensação de desconforto que me tinha possuido.
Continuei só, mas o ruido mental abafou com o interesse que o livro despertou, embora uma certa inquietação me obrigasse a mudar de lugar.
Peguei noutro livro, abri ao acaso e eis que encontro outro texto que me fêz parar e repensar!
Não há só coincidencias, as ajudas cósmicas chegam, e obrigam a refletir se estivermos abertos a ver e querer mudar. E eu tenho de mudar, encontar o rumo perdido, participar no mundo onde me encontro e descobrir novo caminho para continuar que o antigo já passou de moda!

Segue o novo texto que encontrei:"Esqueça os temas gerais e escreva o que a vida quotidiana lhe oferece. Descreva a sua tristeza e os seus desejos, as ideias que lhe passam na cabeça e as suas crenças em certas formas de beleza. Descreva tudo com uma humilde sinceridade, silenciose quando se exprimir, utilize as palavras correntes, as imagens dos seus sonhos e os objectos de que se lembra. Se a sua vida quotidiana lhe parece pobre, não se queixe da vida.
Queixe-se de si. Admita que não tem suficiente poesia para chamar as riquezas. Porque para o criador, não há pobreza, nem pobres, nem lugares indiferentes."
Reiner Maria Rilke, Cartas a um jovem poeta.
..................
As palavras dão sentido aos pensamentos, e o exprimi-los num papel, afasta o pânico e acalma a desordem. Não rasgo o que escrevo, mas perco-o no tempo e em algum lugar, quando por acaso os reencontro, relembro a ocasião, mas o sentimento é como um abraço carinhoso a mim mesma pela tristeza que senti e afinal ultrapassei.
Sei que amanhã será um novo dia, espero o viva diferente do dia de hoje, melhor, mais calma e o meu sorriso volte aquecer-me e não esqueça que quero mudar e não deixar-me afundar.
Uma escrita tem sempre uma mensagem aberta ou encoberta, esta é de esperança e retrato de experiencia duma vida. Que vos sirva para alguma coisa de bom.


Um abraço da formiguinha
MG

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Formiguinha...
    ...Começaste por dizer:...LEVANTEI-ME...SENTADA no JARDIM num DIA CHEIO DE SOL!!!
    Naquele momento, em que o Universo te ofereceu mais um dia de PRESENTE, saúde para te LEVANTARES, cadeira e tempo para te SENTARES, um JARDIM e ainda um DIA CHEIO DE SOL, que te faltava?
    E NESTE PRECISO MOMENTO, O QUE TE FALTA? Não amanhã, ou daqui a duas horas, mas neste preciso momento em que lês isto, QUE TE FALTA?????
    Curte a vida que já tens, o sentir a vida dá-te força e MAIS VIDA para teres tudo o que precisas!
    Beijo do
    Álvaro

    ResponderEliminar
  3. Olá
    Ob pelo comentário. Afinal alguém cruza o meu caminho. Fez clik o teu comentário e reconheço a razão. Mas...sou uma eterna enamorada metida no meu castelo e talvez masoquista por querer amar quem nem quer aceitar. A família é o meu ponto forte e fraco e qdo a saudade aperta não há volta a dar. Mais uma vez ob pelo puxão de orelhas.
    Bj MG

    ResponderEliminar